terça-feira, 4 de outubro de 2016

Etiquetas

Você já desenvolveu as suas manias, padawan. Não se preocupe: todo mundo tem! Eu, por exemplo, gosto de comer algo salgado depois do bolo de fubá, para o café não ficar amargo - e acho que essa é só uma das dezenas. E talvez uma das mais simples...

A sua é cortar etiquetas. Se livrar delas, na verdade, porque quem corta é sua mãe ou algum adulto. Mas o seu negócio é acabar com aquelas coisinhas que só incomodam. Adulto gosta de etiquetar tudo. E, infelizmente, todos.

Então, eu acho legal que você, desde pequena, não queira saber delas. Elas são, realmente, só um incômodo. E quando em pessoas, são doloridas e, muitas vezes, maldosas. Você vai ouvir muito essas coisas. Vai identificá-las facilmente porque o tom de voz muda. Fica pesada, lenta, com uma entonação para marcar mesmo.

"Fulana é ISSO".
Etiqueta.

"Beltrano é AQUILO".
Etiqueta.

"Ah, mas eles são ASSIM".
Etiqueta.



As etiquetas humanas são as piores, bebê. Pode ser para marcar uma cor, um tipo de cabelo, uma orientação sexual, uma classe social, uma nacionalidade, uma torcida de futebol, um tipo de corpo... Eu tô aqui pra te dizer que são com essas marcações que você deve tomar cuidado. Elas podem parecer normais, coisas do cotidiano e inofensivas, mas não são.

Não esqueça que quem põe as etiquetas nas outras pessoas tem a mesma possibilidade de receber uma, porque ninguém é melhor do que ninguém por aqui. O dia que você achar isso (que é superior) lembre-se desses conselhos, especialmente o número 9.

E, claro, me chame para conversar. Vamos pegar tesouras e sair cortando etiquetas por aí, porque, não importa o tipo nem onde estejam: elas só incomodam.

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